quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Sobre a escrita e a “escritoterapia”, por Juliana Begnini

 Essa semana, redescobri aos poucos minha necessidade de escrever para desabrochar tudo aquilo que sinto, mas do que não me aproprio suficientemente para transformar em diálogo.

Vivo defendendo que é normal do ser humano sentir-se perdido ou não estar bem. Ocorre que é sempre muito fácil falar quando é para ou sobre o outro. Quando sentimos tudo na nossa pele, porém, as coisas tomam proporções bem maiores do que, às vezes, somos capazes de lidar.

Escrever me ajuda. Eu me compreendo melhor e desafogo o peito das coisas que me deixam mal. Quando sinto que sou incapaz de dar conta sozinha, recebo das palavras o ombro amigo que por vezes me falta. A escrita volta, de tanto em tanto, a ser minha terapia.

Sempre recomendo a escrita para aqueles que estão aflitos. Admito que, nos últimos dois anos, duvidei severamente da eficacia da escrita nesse tratamento pouco convencional mas, por algum motivo, continuei indicando. Hoje, porém, afundada em devaneios que doem demais para serem sentidos, eu relembro os motivos que me fazem bradar o bem que escrever é capaz de fazer: é não para alguém, mas para a escrita, que derramo meus sofreres.

É para a escrita, que não julga nem rebate, que abro o coração. E, talvez, isso baste.

https://julianabegnini.medium.com/sobre-a-escrita-e-a-escritoterapia-7a83d46ce6e8

Nenhum comentário:

Postar um comentário